Ponto Morto

Deixa-te levar mas não te deixes levar

2007/07/13

Dia D no V para M

Olho, continuo a olhar para a o mar castanho que brilha no verão, calmo e sereno, este mar castanho, mas por vezes com pranchas também castanhas no mar ,o que demonstra que ele também é rebelde. Olho para ele com vontade de sentir o seu perfume, a sua essência, sentir o toque leve do mar a passar pelas minhas mãos. Depois de contemplar o mar olho para baixo e vejo pequenos efeitos na areia cor de pele. Duas conchas brancas com um circulo cinzento ao seu redor olham para mim e deixam-me estonteante, por vezes até penso que elas estão a alongar, ficando quase soterradas pela areia que lhes rodeia. Continuo a olhar e vejo que estas quando viradas ao contrário, têm dentro de si mar salgado e cristalino, uma concha feia e amarga. São estas as ilusões que eu vejo quando olho para estas conchas brancas com um centro castanho.Então decido caminhar pela duna que se encontra pelo meio deste areal, no fim encontro um pequeno charco, que com o sol parece ter uma tonalidade roseada, vermelha quase. Decido espreitar, tocando-a, e a descoberta que eu fiz é a melhor descoberta alguma vez feita, é húmida, mas calorosa, é escura mas ilumina-me, faz eco das minhas palavras grosseiras e estranhamente parece que me traz boas vindas e palavras reconfortantes. Quando descubro este lugar quase perfeito decido-me ir-me embora para ninguém mais descobrir, mas volto amanhã, e depois e depois.Quando já vou a meio do caminho, imagino o que descobri e tento fazer um puzzle na minha memória, e descubro que afinal, o o sitio, a origem, as peças são perfeitas e que a sua beleza é mais que estonteante.